50 anos do Balé da Cidade de São Paulo

por Giulia Lapetina ,

10/10/2019 12:46

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O Balé da Cidade de São Paulo, que faz parte do corpo artístico do Theatro Municipal de São Paulo, completa 50 anos de atividade reunindo 58 prêmios que endossam sua trajetória. As comemorações trazem novidades: além da apresentação comemorativa de “Um Jeito de Corpo”, espetáculo coreografado por Morena Nascimento em homenagem a Caetano Veloso e sua obra (Caetano assistiu ao espetáculo como convidado de honra em ensaio e aprovou a homenagem, confira trechos), um documentário dirigido por Diego de Godoy e um livro encerram as comemorações das cinco décadas de criação da companhia.

O documentário, produzido por Prodigo Films, refaz a trajetória do Balé da Cidade de São Paulo trazendo depoimentos de seus diretores artísticos, de bailarinos e de profissionais que fizeram e fazem parte dessa jornada. A trajetória do Balé da Cidade acompanha a história da arte e cultura brasileira, desde 7 de fevereiro de 1969, quando foi criado e ainda possuía o nome de Corpo de Baile Municipal. Sua proposta era muito diferente da atual: consistia em acompanhar as orquestras com repertório de música clássica.

Johnny Franklin foi seu primeiro diretor artístico e a primeira apresentação pública oficial foi em 11 de setembro de 1968, com participação na ópera La Traviata e em 06 de abril de 1969, teve sua primeira apresentação como Corpo de Baile, apresentando “Les Sylphides”, balé baseado em músicas de Chopin. Em 1974, sob a direção de Antonio Carlos Cardoso, o balé marcou a época por inovar a linguagem e assumir o perfil de dança contemporânea que mantém até hoje e apresentar coreógrafos como Vitor Navarro, Oscar Araiz, Luis Arrieta e o próprio diretor, Antonio Carlos.

Sob a direção de Luis Arrieta, em 1981, o Corpo de Baile Municipal passa a ser chamado de Balé da Cidade de São Paulo. Depois, Klauss Viana, em 1982, marca a trajetória da companhia com o experimentalismo. Os bailarinos eram encorajados a contribuir com suas próprias ideias coreográficas, o que resultou em trabalhos únicos e marcantes. Com a saída de Klauss em 1983, Julia Ziviani passa a dirigir a companhia sucedida por Cleusa Fernandez, Antonio Carlos Cardoso, Luis Arrieta, Rui Fontana Lopes, Ivonice Satie, José Possi Neto, Monica Mion, Lara Pinheiro e Iracity Cardoso, que mantiveram o perfil de diversidade coreográfica da companhia, ampliando o espectro de técnicas, abordagens e estilos contemporâneos.

É importante apontar que a partir de 2001, a atuação do Balé da Cidade de São Paulo se estende também em programas de formação de plateia e de ações culturais paralelas, principalmente em mostras didáticas pela cidade de São Paulo, partilhando seu patrimônio artístico com a população da cidade.

Ismael Ivo assume o BCSP em 2017 apresentando o lema – Corpo Cidade, que segundo o diretor, “o balé deve funcionar como um documento da sua própria cidade e suas questões”. Com Ivo, primeiro diretor negro em 50 anos de balé, a companhia amplia seu campo de ação, e dá um salto ainda maior na diversificação de seu repertório, com peças tanto experimentais quanto mais acessíveis, chegando em público mais diversificado.

O documentário que conta a história completa da companhia por meio de um paralelo entre passado e presente estreia em outubro, no Arte 1.

Assista ao trailer clicando aqui!

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