Break - expressão cultural que foi epidemia nos anos 80 resiste e tem brasileiros como referência mundial

por Giulia Lapetina ,

06/12/2019 16:40

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Em 1983, a 8ª edição da Revista Dançar contava da grande epidemia nas danceterias da época, o break.

A modalidade começava a fazer sucesso no Brasil por conta do filme “Flash Dance”, espalhando-se pelas escolas de dança, pela moda em vitrines de lojas e até na abertura da novela.

Passado alguns anos, o break se fortaleceu ainda mais como resistência da dança de rua e do hip hop. Originado na América do Norte, foi popularizado pelo povo negro e latino em Nova York durante os anos 1960 e 1970, e muito marginalizado por ser parte de movimentos das gangues de NY, carregando elemento das artes marciais.

O break tem como principal característica quebrar o corpo, misturando vários estilos de dança como jazz, balé, ginástica olímpica, expressão corporal, sapateado e, no Brasil, capoeira, samba e passinho.

Sua base é o footworking (trabalho realizado pelos pés, movimentando o corpo circularmente com o apoio das mãos), mas é essencial o B-Boy ou B-Girl apresentar seu Top Rock (de pé, apresentar seu estilo) e finalizar sua entrada com um – freeze (congelada) – que deve durar pelo menos 3 segundos na posição escolhida. Por fim, vem os moves, movimentos considerados mais difíceis: giros de cabeça, os saltos, moinhos de vento e etc.

A manifestação cultural vem do hip-hop (patrimônio imaterial do Rio de Janeiro desde janeiro de 2018) e no Brasil tem a cena consolidada e vibrante nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. A partir do break, surgiram também DJ’s que brilham no circuito do rap como X (Câmbio Negro), GOG, PMC (Poetas da Rua), M.T.Bronks, KLJ (Racionais MC’S) DJ Raffa, Magno (Visão Urbana), Marcão (Baseado nas Ruas), celebrando artistas da cena do hip hop como “os Gêmeos”.

As batalhas têm acontecido desde 1982, no coração de São Paulo, a famosa Rua 24 de maio. Desde então, se espalhou por toda cidade e não parou mais. Muitos dançarinos brasileiros estão conquistando espaços no mundo inteiro e sendo reconhecidos na cena do break.

Conheça a história de FABGIRL, a brasiliense que nesse episódio da série “Dance Como”, conta como superou os desafios de ser uma B-Girl, se tornando referência mundial no break.

A série também mostra a trajetória de outros dançarinos e passa por modalidades como o popping, passinho e heels dance – movimentos da dança de rua que têm conquistado cada vez mais espaço no mundo da dança. Confira.

Quer conhecer mais sobre a história do hip hop? Vamos indicar mais alguns vídeos mostrando a cena do break atualmente:

Breaking the beat in the Bronx

Mostra um encontro do lendário B-Boy Alien Ness com E-man, contando a história do break em 10 minutos.

108th St.

Documentário dirigido pelo cineasta carioca Breno Moreira. Ambientado em Nova York, foi filmado com uma Super 16mm, narrando as motivações e anseios de dançarinos do break e contando a história da dança. O documentário mostra com intimidade a vida de alguns dançarinos e o estilo de vida break. Produzido pela Capuri, o documentário ainda não tem data de estreia oficial no país, mas você pode conferir algumas cenas aqui.

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