Questionar, refletir, debater, estimular a troca de pensamentos e opiniões. Quem for ao teatro do Sesi neste sábado, 17, terá diante de si uma produção que quer ir além do entretenimento. Trata-se do espetáculo de dança O Mesmo Sapato Não Serve em Todos os Pés, da Cia. Cênica, de Rio Preto, que terá sessão às 20h, com entrada gratuita.
O espetáculo aborda a busca por si mesmo, o reconhecimento do outro e as transformações que envolvem a jornada do ser humano ao longo de seus caminhos trilhados. Segundo a sinopse, a produção traz à tona questões que envolvem a saudação e o adeus a si mesmo em coreografias que entrelaçam os corpos.
O espetáculo foi construído dentro do Território Cênico, projeto de compartilhamento que aproximou o grupo da comunidade local por meio de nove oficinas de qualificação e aperfeiçoamento cultural e artístico. Contemplado pelo programa de estímulo Nelson Seixas - Lei Cultura para Todos, o projeto teve como proposta a troca de conhecimentos e a identificação de talentos por meio de atividades formativas coordenadas pelos integrantes da Cia. Cênica.
O espetáculo é resultado dos cursos de dança expressiva e do corpo cênico, que tiveram duração de seis meses. Quem dirige é a atriz, professora e coreografa Cássia Heleno. O elenco é formado por 17 bailarinos, que foram alunos das oficinas. A lista traz Eder Carvalho, Edna Salina, Elvis Ferreira, Erick Guerra, Izabela Camilo, Jessica Paladino, Juliana Medeiros, Larissa Dias, Laura Bazan, Lê Simões, Maicon Vijarva, Mari Bressan, Paula Galindo, Richard Dumont, Rosalina Alves, Tiago Lima e Yndy Junior.
Além dos alunos-bailarinos entram em cena também as atrizes e musicistas Cris Silva e Jaqueline Cardoso, que se apresentam ao vivo e assinam a percussão e canto. Outros integrantes entram na ficha técnica. Fabiano Amigucci, por exemplo, ficou responsável pelo treinamento para o corpo cênico. O espetáculo estreou no dia 20 de novembro, dentro da programação da Seresta Se Essa Rua Fosse Minha, como resultado das oficinas.
O espetáculo fala sobre diferenças e descobertas. Utilizando metáfora, Cássia Heleno afirma que os sapatos são pessoas. “Foram seis meses de pesquisas que foram além das oficinas. Os bailarinos mergulharam neste universo com dedicação, esforço e muitas aulas e ensaios extras”, afirma. A coreografia, que começou com 20 minutos, fechou em 45. “O espetáculo é poético e conta com citações próprias e pessoais. O público vai entender que a produção instiga uma reflexão sobre as diferenças e a vida, desde o nascer até o envelhecer.”
A sessão de O Mesmo Sapato Não Serve em Todos os Pés neste sábado marca o encerramento das atividades da programação cultural do Teatro do Sesi. O espetáculo integrou a programação do 13ª edição do Fórum Internacional de Dança do Estado de São Paulo (Fidesp), em novembro. Na última quinta-feira, 15, foi encenado em Mirassol. E, nesta segunda-feira, 19, às 19h, vai ser apresentado na Praça Rui Barbosa, em Rio Preto.
Fagner Rodrigues, ator e diretor da Cia. Cênica, celebra os resultados das atividades realizadas a partir das oficinas do Território Cênico. “Foram nove oficinas em seis meses. O resultado foi melhor do que o esperado.” O artista fala da importância do prêmio estímulo Nelson Seixas. “O próximo governo de Rio Preto deve manter estes editais. Mesmo com recursos reduzidos, a iniciativa deve permanecer para a realização de projetos como o Território Cênico. Foram muitas pessoas beneficiadas.”